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A Coragem de Não Agradar
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A Coragem de Não Agradar
Status
Lido
Autor
Ichiro Kishimi
Nota
⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Tipo
Não-ficção
Início da leitura
June 20, 2020
Fim da leitura
June 24, 2020
Tempo de leitura (dias)
4
Anotações (Posição no Kindle)
81-83 - Não vivemos em um mundo objetivo, mas em um mundo subjetivo ao qual damos sentido. O mundo que você vê é diferente daquele que eu vejo e impossível de compartilhar com qualquer pessoa.
209-210 - Esta é a diferença entre a etiologia (o estudo das causas) e a teleologia (o estudo do propósito de determinado fenômeno, em vez de suas causas).
226-226 – Traumas são feridas psíquicas
407-409 - Você já ouviu a frase “Ninguém faz o mal voluntariamente”? Essa é uma afirmação conhecida como paradoxo socrático.
433-434 - Na psicologia adleriana, usamos a expressão “estilo de vida” para descrever a personalidade e o temperamento.
513-518 - Não! Na verdade, ele quer deixar em aberto a possibilidade do “posso fazer se tentar” e continuar sem se comprometer com nada. Não quer expor sua obra à crítica e, com certeza, não deseja encarar a realidade de que talvez produza um texto de baixa qualidade e precise enfrentar a rejeição. Ele quer viver dentro do domínio das possibilidades, tendo a oportunidade de dizer que poderia terminar o livro se sobrasse um tempinho, ou que poderia escrever se tivesse as condições apropriadas, e que tem talento de sobra para isso. Daqui a mais cinco ou 10 anos, provavelmente vai começar a usar outras desculpas, como “Não tenho mais idade para isso”, ou “Agora preciso cuidar da minha família”.
629-632 - Como a jovem com medo de corar, que temia ser rejeitada pelo homem, você teme ser rejeitado por outras pessoas, ser tratado com desdém, ser repelido e acabar tendo feridas emocionais profundas. Você pensa que, em vez de se envolver nessas situações, seria melhor simplesmente não se relacionar com ninguém. Em outras palavras, sua meta é não se magoar nos relacionamentos. E como atingir essa meta? A resposta é fácil. Simplesmente descubra seus defeitos, comece a se detestar e torne-se alguém que não entra em relacionamentos interpessoais. Desse jeito, caso consiga se fechar em sua própria concha, não precisará interagir com ninguém e terá até uma justificativa preparada sempre que sofrer uma rejeição: a de que você é rejeitado por causa dos seus defeitos e que, se a situação fosse diferente, também poderia ser amado.
572-576 - Não tenho nenhuma autoconfiança e sou sempre pessimista a respeito de tudo. Além disso, acho que sou envergonhado demais, porque me preocupo com o que as outras pessoas veem em mim. Encontro hipocrisia em diversos lugares. Isso se deve a um medo exagerado de rejeição e de se magoar em relacionamentos.
642-643 - Todos os problemas têm origem nos relacionamentos interpessoais
727-728 - Aspecto positivo na subjetividade: ela permite a você fazer sua escolha.
737-738 - A subjetividade ligada ao valor de um diamante
767-768 - Adler está dizendo que a busca da superioridade e o sentimento de inferioridade não são doenças, mas estimulantes ao empenho e ao crescimento normais, saudáveis.
756-757 - As pessoas entram neste mundo como seres impotentes e têm o desejo universal de escapar desse estado de impotência.
794-795 - Quando alguém insiste na lógica de que “A é a situação, logo B não pode ser feito” no dia a dia, não estamos falando de sentimento, mas de complexo de inferioridade. Se você inverter a lógica, o raciocínio poderá ser: Se eu fosse bem instruído, poderia alcançar o sucesso.
882-882 - Pessoas arrogantes: Ao se apoiar em uma autoridade de que possuo valor e chamo atenção para isso, minha posição passa a ser superior à das outras pessoas, e posso me tornar especial. Todos que se vangloriam tem sentimento de inferioridade.
890-891 - Adler diz: “Na verdade, se nos perguntássemos quem é a pessoa mais forte na nossa cultura, a resposta lógica seria o bebê. O bebê domina e não pode ser dominado.”
1040-1042 - Ainda que você não seja diretamente agressivo, quando se sentir zangado diante das palavras ou da conduta de outra pessoa, leve em conta que ela está desafiando você para uma luta pelo poder.
1068-1069 - A justificativa do comportamento de crianças “complicada”: É tudo para atingir a meta atual (se vingar dos pais), que as magoaram em determinado momento, não porque está motivada por causas passadas (ambiente familiar).
1146-1147 - As tarefas da vida: “tarefa do trabalho”, “tarefa da amizade” e “tarefa do amor”.
1130-1133 - Primeiro, existem dois objetivos para o comportamento: ser autossuficiente e viver em harmonia com a sociedade. Depois, os objetivos para a psicologia que respalda esses comportamentos são a consciência de que eu tenho a capacidade e a consciência de que as pessoas são minhas companheiras.
1158-1159 - Muito importante lembrar: Um trabalho que possa ser realizado sem a cooperação de outras pessoas é, em princípio, impossível.
1169-1176 - Deixando de lado a questão de as pessoas estarem ou não conscientes disso, os relacionamentos interpessoais estão no núcleo das relações de trabalho. Por exemplo, um homem envia seu currículo para todas as vagas que encontra e até é entrevistado, mas recebe não atrás de não. Isso fere seu orgulho. Ele começa a refletir sobre qual o sentido de trabalhar se precisa passar por essas situações. Outro homem comete um erro grave no trabalho. A empresa vai perder um fortuna por causa dele. Desesperado, como se tivesse mergulhado na escuridão, ele não consegue se imaginar indo para o trabalho no dia seguinte. Nenhum desses exemplos se refere ao trabalho em si se tornando desagradável. O desagradável é ser criticado ou repreendido nas relações de trabalho, ser rotulado como inábil, incompetente ou incapaz, e ter a dignidade ferida. Em outras palavras, tudo é uma questão de relacionamento interpessoal.
1215-1218 - Adler sobre relacionamento amoroso: O tipo de relacionamento que parece opressivo e forçado não pode ser chamado de amor, mesmo que haja paixão. Por outro lado, quando você pensa “Sempre que estou com esta pessoa, posso me comportar com toda a liberdade, é porque pode realmente sentir amor.” Você se sente calmo e à vontade com ela, não tem sentimento de inferioridade nem necessidade de exibir sua superioridade. Nisso consiste o verdadeiro amor.
1249-1254 - A pessoa se sente assim porque, em algum momento, resolveu consigo mesma: Quero terminar este relacionamento. A partir daí, passou a procurar motivos para acabar com tudo. O parceiro não mudou nada. Foi o objetivo dela que mudou. Veja, as pessoas são criaturas extremamente egoístas, encontram falhas e defeitos nos outros quando querem. Mesmo que a pessoa perfeita aparecesse na sua frente, você não teria dificuldade em desencavar um motivo para não gostar dela. É por isso que o mundo pode se tornar um lugar perigoso a qualquer momento, e é sempre possível ver todo mundo como seu inimigo.
1382-1383 - Por que as pessoas buscam o reconhecimento das outras? Em muitos casos, isso é fruto da influência da educação baseada em recompensas e punições.
1386-1387 - O prejuízo de se pensar em recompensas e punições: se ninguém vai me elogiar, não vou fazer a ação apropriada e se ninguém vai me punir, vou me envolver em ações impróprias.
1387-1387 – Exemplo de voluntariado: quando começa a recolher o lixo, você já tem a meta de querer receber elogios.
1410-1410 – Quando for xingado, falar: Você tem um vocabulário interessante. Não precisa elevar a voz – vamos pensar juntos.
1423-1425 - Se, por exemplo, seu objetivo principal no trabalho é satisfazer as expectativas dos outros, esse trabalho será bem difícil, porque você viverá com medo de que as pessoas estejam observando e terá medo do julgamento delas. Com isso, vai reprimir sua individualidade.
1443-1444 - Na psicologia adleriana nós perguntamos: “De quem é a tarefa?”. Exemplo da criança: Estudar é tarefa da criança. Quando um pai obriga a criança a estudar, está cometendo um ato de intromissão na tarefa de outra pessoa. Dificilmente se evita um conflito assim. Precisamos sempre nos perguntar de quem é a tarefa e separar as nossas das tarefas das outras pessoas.
1454-1456 - Em geral, todos os problemas de relacionamento são causados pela nossa intromissão nas tarefas das outras pessoas ou pela intromissão alheia nas nossas tarefas. A separação é suficiente para mudar os relacionamentos da água para o vinho. Para se descobrir de quem é a tarefa, pergunta-se: Quem vai acabar recebendo o resultado final causado pela escolha feita?
1472-1474 – Como resolver: Se o estudo é o problema, você diz ao filho que a tarefa é dele e deixa claro que está disposto a ajudar sempre que ele sentir vontade de estudar. Mas você não deve se intrometer na tarefa do filho. Quando nenhum pedido é feito, não se deve interferir nas situações. Exemplo prático: Primeiro, pensaria: Esta tarefa é do meu filho. Tentaria não intervir na situação e evitar dar atenção excessiva a ela. Depois, passaria a mensagem de que estou pronto para ajudá-lo sempre que ele precisar. Desse modo, o filho sentiria uma mudança em seu pai. Com isso ele não teria alternativa senão assumir a tarefa de pensar sobre o que fazer. Provavelmente pediria ajuda em algumas coisas, mas tentaria resolver outras sozinho.
1548-1552 - Eis a mentira da vida de novo, segundo Adler. Não consigo fazer meu trabalho porque meu chefe não gosta de mim. Não vou bem no trabalho por culpa do meu chefe. A pessoa que diz esse tipo de coisa está usando a existência do chefe como desculpa para o trabalho malfeito. Assim como a estudante com medo de corar, na verdade você precisa da existência de um chefe horrível. Porque aí pode dizer: “Se eu não tivesse este chefe, poderia produzir mais.” O que você deve fazer é pensar: O que devo fazer é enfrentar minhas próprias tarefas em minha própria vida sem mentir.
1530-1532 - Tudo que você pode fazer em relação à sua vida é escolher o melhor caminho em que acredita. Por outro lado, que tipo de julgamento as outras pessoas fazem dessa escolha? Isso é tarefa delas, e não uma questão na qual você possa interferir.
1619-1621 - “Crianças que não foram ensinadas a enfrentar os desafios tentarão evitar todos os desafios.”
1670-1673 - Separar as tarefas não é uma atitude egocêntrica. Por outro lado, intervir nas tarefas alheias é uma forma egocêntrica de pensar. Os pais forçam os filhos a estudar. Se metem na vida deles e dão palpite até na hora de escolherem com quem vão se casar. Isso sim é egocentrismo.
1692-1694 - Para nós, seres humanos, querer agradar é um desejo totalmente natural, um impulso. Kant, o gigante da filosofia moderna, chamou esse desejo de “inclinação”.
1740-1742 - A coragem de ser feliz também inclui a coragem de ser detestado e de agir sem se preocupar em satisfazer as expectativas dos outros. Quando você adquire essa coragem, seus relacionamentos ganham uma nova leveza.
1767-1770 - Pode-se pensar que é uma “carta de relacionamento interpessoal”. Enquanto uso a etiologia para pensar: Tenho um relacionamento ruim com meu pai porque ele me batia, não vou conseguir solucionar o problema. Mas se eu pensar: Eu trouxe à tona a lembrança de ser espancado porque não quero que o relacionamento com meu pai melhore, estarei segurando a “carta de consertar relacionamentos”.
1939-1942 - Vamos ver as coisas por ordem. Em primeiro lugar, cada um de nós é membro de uma comunidade e pertencemos a ela. Sentir que temos nosso local de refúgio dentro da comunidade, sentir que “é bom estar aqui” e ter a sensação de pertencimento: estes são desejos humanos básicos. Estudos, trabalho ou amizades, amor ou casamento: tudo isso está ligado à nossa busca de lugares e relacionamentos nos quais podemos sentir que “é bom estar aqui”.
1950-1953 - Eles dão um salto de “protagonista da vida” para “protagonista do mundo”. Por isso, sempre que entram em contato com outra pessoa, tudo em que conseguem pensar é: O que esta pessoa me dará? O problema – e isto não vale para príncipes e princesas – é que essa expectativa não será satisfeita sempre. Porque as outras pessoas não estão vivendo para satisfazer suas expectativas.
1997-2002 - Imagine um homem que atinge a idade da aposentadoria e para de trabalhar, mas logo perde a vitalidade e fica deprimido. Ele foi afastado da empresa que era sua comunidade e privado de um cargo ou profissão. Com isso, torna-se um “joão-ninguém”. Incapaz de aceitar que agora é uma pessoa “comum”, envelhece da noite para o dia. Mas o que aconteceu foi apenas o homem ter se desligado de sua pequena comunidade que é sua empresa. Cada pessoa pertence a uma comunidade, e em última análise todos pertencemos à comunidade da Terra e à comunidade do universo.
2039-2041 - Quando você descobre como o mundo é grande, vê que tudo de ruim que viveu na escola não passa de tempestade em copo d’água. No momento em que você sai do copo d’água, a tempestade furiosa desaparece, e o que resta é uma brisa suave. Isso é ouvir a voz da comunidade maior e se sentir bem com o que acontece.
2099-2101 - Quando uma pessoa elogia outra, o objetivo é “manipular alguém menos hábil do que você”. O elogio não é feito por gratidão ou respeito.
2175-2176 - Primeiro, faça a separação de tarefas. Depois, aceitando as diferenças entre você e os outros, desenvolva relacionamentos horizontais. O encorajamento é a abordagem que vem a seguir.
2182-2185 – Relacionamento horizontais: Quando diz “Obrigado” ao colega de trabalho, você transmite palavras de gratidão. Você também pode exprimir toda a sua satisfação com um “Estou contente”. Ou transmitir seu agradecimento dizendo: “Você ajudou bastante.” Esta é uma abordagem de encorajamento.
2204-2206 – Felicidade: É bem simples. Quando alguém é capaz de sentir que é benéfico para a comunidade, consegue ter uma sensação real de seu valor. Esta é a solução oferecida pela psicologia adleriana
2243-2245 - Suponha que sua mãe sofra um acidente de carro. Ela se encontra em estado grave, talvez correndo risco de morte. Num momento desses, você não pensa no que sua mãe fez ou deixou de fazer. Provavelmente vai ficar feliz se ela sobreviver e contente por ela estar reagindo. Isso é estar grato no nível do ser. Portanto, em vez de pensar em si no nível das ações, antes de tudo o indivíduo se aceita no nível do ser.
2324-2325 – Relacionamento vertical com o chefe e como lidar: Você está errado. Isso é uma mentira da vida. Existe margem para você recusar, e também deveria haver para você propor uma forma mais eficaz de fazer as coisas.
2437-2439 - Nesse caso, só precisa se concentrar no que é capaz de mudar em vez de perder tempo focando o que não consegue. É isso que eu chamo de autoaceitação. Qualquer um se comporta como rei quando está sozinho.
2442-2444 - Isso me faz lembrar uma frase do escritor Kurt Vonnegut: “Deus, conceda-me a serenidade para aceitar aquilo que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso e a sabedoria para discernir entre ambos.” Está no romance Matadouro 5.
2466-2467 – Definição de confiança: É agir sem quaisquer condições preestabelecidas quando se acredita nos outros. E seu antônimo é a dúvida.
2500-2501 - Se você não deseja melhorar o relacionamento, é melhor rompê-lo, porque isso é tarefa sua.
2510-2513 - As observações casuais da sua parceira, o tom de voz que ela usa ao telefone, as ocasiões em que você não consegue localizá-la... A partir do momento em que você passa a olhar para ela com o filtro da dúvida, tudo à sua volta parecerá uma prova de que ela tem outro. Mesmo que não tenha.
2552-2556 - E não esqueça que só temos consciência real de nosso valor quando sentimos que nossa existência e nosso comportamento são benéficos à comunidade, ou seja, quando sentimos que somos úteis a alguém. Lembra? Em outras palavras, longe de envolver a negação do “eu” e servir alguém, a contribuição para os outros é algo que você faz para ter consciência real do valor do seu “eu”.
2629-2634 - Na verdade, nem todas as pessoas são boas e virtuosas. Passamos por uma série de experiências desagradáveis em nossos relacionamentos. Mas, neste ponto crítico, precisamos entender uma coisa: em todos os momentos, “aquela pessoa” que ataca você é quem tem o problema, e não é verdade que todo mundo seja mau. Pessoas com estilos de vida neuróticos costumam encher seu discurso com palavras como “todos”, “sempre” e “tudo”. Vivem dizendo: “Todo mundo me odeia”, “Sou sempre eu quem sai perdendo” ou “Está tudo errado”. Se você tem o hábito de fazer essas generalizações, deve tomar cuidado.
2637-2642 - Nos ensinamentos do judaísmo há a seguinte história: “Se existem 10 pessoas, uma delas irá criticá-lo, não importa o que você faça. Essa pessoa irá detestá-lo, e você não aprenderá a gostar dela. Em seguida, você vai encontrar duas com quem se dará bem em tudo, de cara, irá combinar perfeitamente. Vocês se tornarão amigos íntimos. As sete pessoas restantes não vão se encaixar em nenhum desses tipos.” O que fazer? Se concentrar na pessoa que o detesta? Prestar mais atenção nas duas que o adoram? Ou se concentrar na maioria, as outras sete? Uma pessoa sem harmonia de vida verá apenas a pessoa que a detesta e julgará o mundo com base nela.
2713-2715 – Abordagem diferente para explicar a felicidade: Para um ser humano, a maior infelicidade é não ser capaz de gostar de si mesmo. Adler apresentou uma proposta bem simples para abordar essa realidade: a sensação de ser benéfico à comunidade ou útil a alguém é a única coisa capaz de proporcionar uma consciência real de que você tem valor. E não é você quem decide se sua contribuição é útil.
2738-2741 – Isso está ligado à busca de reconhecimento: Tenho certeza de que agora você sabe por que as pessoas buscam o reconhecimento. Elas querem gostar de si mesmas. Querem sentir que têm valor. Para isso, buscam ter a sensação de contribuição que as informe de que são úteis a alguém. E procuram obter o reconhecimento dos outros como um meio fácil de ter essa sensação.
2789-2791 - Se estão tentando ser especialmente boas ou más, o objetivo é o mesmo: chamar a atenção das outras pessoas, sair da condição de alguém “normal” e se tornar um “ser especial”. Esse é o único objetivo.
2894-2896 - Esse tipo de vida que você menciona, que tenta alcançar um destino, pode ser denominado “vida cinética (dinâmica)”. Já o tipo de vida dançante do qual estou falando pode ser denominado “vida energética (estado ativo atual)”.
2915-2919 - Se a meta de escalar uma montanha fosse chegar ao topo, seria um ato cinético. Levando ao extremo, você poderia perfeitamente chegar ao topo de helicóptero, permanecer lá por cinco minutos e depois voltar de helicóptero. Claro que, se você não chegasse ao topo, a expedição teria sido um fracasso. Mas, se o objetivo é o alpinismo em si, e não apenas chegar ao topo, diríamos que é um ato energético. Neste caso, não importa se você chega ou não ao topo da montanha.
2959-2960 - Foi isso que eu fiz hoje, para isso serviu o dia de hoje.
2968-2971 - Você pensa: Eu quero muito fazer isso e vou fazer quando chegar o momento. Este é um estilo de vida que adia a vida. Enquanto adiamos a vida, nunca conseguimos chegar a lugar algum, simplesmente passamos dia após dia numa monotonia sem graça, porque pensamos no aqui e agora como um simples período preparatório, em que é preciso ter paciência. Mas se você está estudando no presente para um vestibular num futuro distante, por exemplo, essa é a coisa real. A maior de todas as mentiras da vida é não viver o aqui e agora. É olhar para o passado e o futuro, lançar uma luz fraca sobre toda a sua vida e acreditar que conseguiu enxergar alguma coisa. Até aqui, você se afastou do aqui e agora e lançou uma luz ou inventou passados e futuros. Você contou uma grande mentira para sua vida, para esses momentos insubstituíveis.
3012-3014 - Depois de afirmar que “a vida em geral não tem sentido”, Adler continua: “Qualquer que seja o sentido da vida, deve ser atribuído pelo indivíduo.”
3097-3098 - Um aspecto das ideias simples e universais de Adler é que às vezes ele parece estar afirmando o óbvio, enquanto outras tende a ser considerado um defensor de teorias idealistas, totalmente irrealizáveis.